Momentos Singulares VII: O Futuro das Organizações pós-Covid-19 - O Rescaldo

5.11.2020 / por Rita Correia

MS 7 LIN

Realizou-se a 24 de setembro mais uma edição do debate Momentos Singulares - Gerir no século XXI, que este ano foi dedicado ao tema O Futuro das Organizações pós-Covid-19 - O Sistema Educativo prepara as Pessoas com os Skills necessários?”, e, pela primeira vez, aconteceu em formato digital.

À primeira pergunta sobre o “novo normal”, o que mudou e se estamos perante um novo paradigma no mercado profissional, a opinião dos três convidados foi semelhante: a pandemia trouxe uma aceleração de mudanças de uma forma forçada e em pouco tempo, o que causou muitos danos por falta de preparação, mas a sociedade já sentia necessidade de algumas delas. Os oradores destacaram também que a desglobalização, transformação digital e foco nas Pessoas já existiam pré-Covid-19, e que é necessário repensar (melhor) estas tendências para se alcançar o sucesso.

Outra das principais conclusões foi a de que o sistema de Ensino - desde os primeiros anos de escolaridade até à universidade - ainda não está alinhado com a realidade do mercado empresarial, nem preparado para lidar com as características, skills e necessidades das novas gerações. Uma necessidade que se revela premente para que os jovens explorem as suas capacidades e possam agregar o máximo de valor acrescentado às Empresas.

Durante o webinar a audiência foi convidada a participar num questionário que serviu de base às questões lançadas aos oradores convidados pelo moderador Paulo Loja, Diretor Comercial e Marketing Estratégico da RHmais.

Deixamos algumas citações interessantes de cada um dos oradores:

Gonçalo Barral (Managing Director da Essilor Portugal): «Este vírus desprogramou o plano que tínhamos traçado e fez-nos fazer um back to basics, relembrar a origem dos negócios e o que queremos das Empresas e Pessoas, para além de ajudar a colocar as Pessoas no centro das Organizações.

Se queremos ser melhores profissionais, temos de ser melhores Pessoas e esse processo de passagem de valores começa em casa, com as famílias. Depois, nas escolas é preciso criar dinâmicas que permitam às crianças desenvolverem as suas skills de liderança e relação interpessoal, e que lhes seja incutido o desafio de saberem para onde querem ir. Já as universidades continuam a educar bem nos conhecimentos técnicos, mas têm lacunas no desenvolvimento das personal, ou também chamadas, power skills que as Empresas passaram a valorizar mais nas Pessoas, tais como a empatia, a ética, o envolvimento/comunicação, o espírito empreendedor (promover a capacidade de resolução de problemas) e a inteligência emocional. É essencial estimular as características básicas do ser humano no período académico.

Por outro lado, as Empresas têm de transformar a maneira como se apresentam, de mostrar aos jovens uma missão clara, uma reputação imaculada e a sua preocupação com o meio ambiente, a sociedade e os recursos existentes.»

 

José António Porfírio (Associate Management Professor da UAb e CEO da DPMC Portugal): «O que estamos a experienciar é uma evolução natural da sociedade, que passa por momentos de rutura e transformação, e essas mudanças obrigam-nos a repensar. É importante pensarmos todos - sociedade, Empresas, instituições e famílias – que no centro de tudo, e na nossa capacidade para ter sucesso no futuro, estão as Pessoas, são elas que são os agentes e os destinatários desta mudança. Isto deveria representar uma alteração de paradigma.

É preciso mudar a forma como a liderança é exercida nas Organizações. De uma forma geral, noto que os líderes ainda estão muito centrados nas tarefas, no controlo do que as equipas fazem e não tanto na motivação e união das mesmas, apesar de existirem bons exemplos nesta parte. Todos os Colaboradores são gestores e contribuem para a missão da Organização, por isso é importante terem voz. E é fundamental as Empresas definirem claramente a sua razão de ser, o seu caminho, os seus objetivos, e depois gerir, reter e promover talentos.

Também os métodos de Ensino precisam de ser ajustados à realidade das Empresas, porque há realmente um desajuste grande entre as necessidades e a capacidade de oferta, e temos um sistema envelhecido para a cultura digital que existe. A universidade tem de ser uma produtora e promotora de conhecimento, não pode estar fechada em si mesma, e se esse conhecimento não estiver aplicado à realidade do mercado, não serve de muito para o futuro.»

 

Ana Castro (Diretora de Contact Center da RHmais): «Temos de investir nas Empresas como centros de aprendizagem, com possibilidades de upskilling e reskilling, e desenvolver os skills certos para trazer ganhos a todos.

Para além disso, é importante acompanhar a saúde física e mental de cada Colaborador, analisar a sua personalidade, os seus interesses. As novas gerações sentem-se um pouco perdidas entre o que é vivido no Ensino e a chegada a um emprego cada vez mais tecnológico. E as Empresas precisam de estudar melhor as Pessoas, as gerações Y e Z, para conseguirem tirar melhor partido das suas valências no dia-a-dia.»

Tópicos: Momentos Singulares Grupo RHmais

Rita Correia

Escrito por Rita Correia

Marketing e Comunicação RHmais

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