Patrícia Pita, Gestora de Clientes da RHmais, responde a três questões colocadas pelo Jornal Económico sobre a falta de Recursos Humanos especializados em Portugal, com foco especial nas medidas a serem tomadas para reverter a situação e o que o futuro reserva.
Há falta de Recursos Humanos especializados em Portugal?
Sim, em particular nas áreas de Tecnologias de Informação e de Engenharia, e por vezes até em funções mais indiferenciadas. A busca pelo talento já não é circunscrita num contexto local, ou seja, estamos no mercado global e a concorrer com empresas e países com condições muito mais competitivas. Para além disso, mais do que serem as empresas a escolher os candidatos, são os próprios nestas áreas de maior escassez a decidir muitas vezes onde e para quem querem trabalhar e em função dos benefícios que lhes oferecem. Esta mudança de
paradigma obriga as organizações a terem profissionais que são especializadas na retenção de talento.
Como se pode alterar a situação?
A alteração devia ser estrutural e a médio e longo prazo. Devem ser definidas as necessidades nas diversas áreas e ser promovida uma atuação concertada entre as empresas e os institutos de ensino, nomeadamente na construção de formação mais prática e interativa que permita a qualificação de profissionais nas áreas mais procuradas. As empresas devem ser
muito mais flexíveis e apresentar propostas de valor para captar as pessoas que necessitam com este perfil.
Quais são as perspetivas para este ano e o próximo?
No imediato, e dado estarmos a viver uma situação atípica, às empresas foi exigida uma
adaptabilidade muito grande a um contexto de teletrabalho que não existia. As organizações têm agora o desafio de decidir como vão querer estruturar a sua forma de trabalho no futuro e redefinir os seus processos, para serem mais produtivas.
Fonte: Jornal Económico, 11 de junho de 2021
