A gestão de pessoas nas organizações tem sofrido muitas evoluções ao longo dos últimos anos.
Havia uma perspetiva de gestão de recursos de onde saiu mais tarde a expressão Recursos Humanos onde as pessoas eram vistas apenas como fatores de produção e origem de custos que pesavam fortemente na estrutura financeira das empresas. Eram os tempos em que assumia claramente: ROI primeiro.
Com o crescimento do peso dos serviços nos países e mercados mais competitivos assistiu-se a uma maior atenção ao Cliente visto que se começou a provar que só com Clientes satisfeitos é que se conseguia salvaguardar a saúde financeira e existência das empresas. Foram tempos do Cliente primeiro de modo a salvaguardar o ROI.
Rapidamente se chegou à conclusão que só isso não chegava pois havia uma diferenciação positiva clara nas empresas e organizações onde as pessoas que desenhavam os processos e que, principalmente “atendiam” ou interagiam com os Clientes, demonstravam uma superior atitude e conhecimentos.
Chegámos portanto a esta época com Cliente primeiro e com as Pessoas quase em paralelo também agora designadas por Capital Humano.
A gestão estratégica das pessoas tem agora uma clara função de planear e gerir de modo a que haja uma perfeita sintonia entre os objetivos da empresa e o desempenho e qualidade das pessoas.
Para que haja essa sintonia tem de se:
Começar por ter coerentes bases estruturais: Recrutamento e Formação continua.
Continuar com as outras sólidas componentes estruturais: Descrições de funções e sistemas de avaliações desenhados para o crescimento das competências das pessoas.
Completar com os fatores decisivos, em muitos casos diferenciadores, e mais “ambientais”: Comunicação interna, clima organizacional aberto, cultura de inconformismo, preocupação constante com os Clientes, orientação e gestão dos talentos.
Demorou umas décadas mas nas sociedades economicamente mais avançadas finalmente percebeu-se que se se quer o ROI temos de colocar como prioritário os Clientes e a gestão das pessoas pois estas na maior parte dos casos constituem os principais pontos fortes ou fracos de uma empresa ou organização.
Mesmo nas áreas onde se tem verificado uma mais acelerada evolução tecnológica na substituição das tarefas mais rotineiras por processos digitais, as pessoas continuam a ter um papel determinante na melhoria de processos, criatividade e procura de novas vias de diferenciação.
São necessários cada vez mais skills, hard e soft para as pessoas se dedicarem prioritariamente às tarefas mais complexas onde a inteligência real, principalmente a emocional, ainda tem muitos anos de avanço em relação à artificial.
