[Testemunhos] - Como mantivemos a sanidade durante o teletrabalho

Aug 31, 2021 12:29:30 PM / por Micael Santos

Acordámos. Depois de alguns meses – concretamente, desde meados de março de 2020 – a criar e a cimentar um hábito que, até então, era familiar a poucos: o hábito de trabalhar a partir de casa.

Para muitos, aquela viagem diária de metro com os headphones colocados na cabeça para ouvir a música favorita, enquanto se abstraíam do ruído da linha, deixou de existir.

Para os pais, a agitação matinal para deixar as crianças no infantário ou na escola antes de iniciarem o dia de trabalho deu lugar uma agitação desafiante e limitada a ‘quatro paredes’. Para estes, certamente, a música era outra.

Quantos de nós terão “compartimentado” o tempo de acordar, fazer a higiene, tomar o pequeno almoço e realizar a viagem até ao local de trabalho em meros ’dez minutos’ antes de ligar o computador para começar a trabalhar, ainda em pijama? Certamente muitos.

Cada um de nós passou por momentos desafiantes e que testaram a nossa capacidade de adaptação e resiliência: momentos de solidão, pouca produtividade, distrações e, em muitos casos, perdas de motivação. No entanto, dado que a máxima one-size-fits-all não se aplica aqui, como é que cada um de nós ‘acordou’ e aprendeu a lidar com os desafios diários do tão aclamado ‘novo normal’?

Partilhamos, agora, algumas práticas que os elementos da Área de Marketing e Comunicação da RHmais adotaram no seu dia a dia em teletrabalho para (tentar) manter a saúde mental em bom estado.

 

Rita

Como mantive a minha sanidade?

Adaptar-me à nova realidade do teletrabalho foi relativamente fácil para mim porque fiz por concentrar-me no que é essencial e, em simultâneo, por tentar não me preocupar (demasiado) com o que não consigo controlar. Com isto em mente, inevitavelmente acabei por beneficiar de mais tempo em casa e ganhei outras rotinas que contribuíram, e muito, para o meu bem-estar.

Poder usufruir mais da varanda de casa foi uma dessas rotinas. Apanhar sol e observar a rua nas pausas do trabalho ajudou-me a espairecer e a retemperar as energias. O mesmo aconteceu com a preparação das refeições: o simples facto de ter de cozinhar mais permitiu que relaxasse e que até estimulasse a minha criatividade, além de ter aproveitado para melhorar os hábitos alimentares.

Para colmatar a não deslocação para o escritório, mantive um dos hábitos que já tinha anteriormente, mas claro, agora, noutro local: subir e descer as escadas do prédio onde vivo e fazer caminhadas nas redondezas. O simples facto de aproveitar as rotinas diárias para fazer algum exercício permitiu criar novas práticas que espero poder continuar.

O segredo está mesmo em acreditar que as coisas mais simples do dia a dia são, de facto, as que nos completam e nos tornam mais felizes.

 

Francisco

Como mantive a minha sanidade?

“É preciso ter calma”.

A frase é batida, mas penso que em nenhuma outra altura fez tanto sentido e afirmo-o bem atestado de experiência própria.

Olhando agora para trás, torna-se fácil perceber que, para superar o que superámos nos últimos tempos, só mesmo com muita calma.

A “calma”, obviamente, é um termo redutor, mas no qual faço caber outros como a paciência, a resiliência ou a capacidade de encaixe, e que tivemos que aplicar a de tudo um pouco: aos colegas, aos filhos, aos companheiros/cônjuges, aos amigos, aos estafetas ou das lojas online e, acima de tudo a nós próprios.

No meu caso, em determinadas etapas deste “percurso” esta calma veio pelo seu próprio pé, e noutras tive que ir eu procurá-la… E encontrei-a de várias formas, umas mais inesperadas do que outras: no exercício físico, na alegria (umas vezes mais momentânea do que outras) dos meus filhos, num jantar de takeaway ou numa garrafa de vinho, ou até, imagine-se, em tarefas que até agora me aborreciam, como uma saída de casa para despejar o lixo ou ir ao supermercado.

De olhos postos num futuro (ainda algo desconhecido), a estratégia por estes lados foi “espremer” ao máximo o alento que vinha destas pequenas (grandes) coisas e manter o foco no futuro, acreditando que era apenas uma fase e que estaria quase, quase a passar.

 

Micael

Como mantive a minha sanidade?

Nem tudo eram ‘rosas’ na realidade pré-Pandemia, antes de o confinamento dar um pontapé na porta de cada um de nós e entrar sem pedir licença. O que se avizinhava, sabemos agora, ficaria para a História, com a Pandemia bem instalada no nosso quotidiano, tal como aquele ‘familiar afastado’ que recebemos em casa, mas, na verdade, já contamos os segundos para ouvir aquele “bem, está na minha hora de ir”.

As adaptações à nova realidade surgiram, e tão rápidas quanto o possível. No meu caso, uma das estratégias que tentei implementar passava por lembrar-me constantemente que seria inevitável sentir-me desmotivado ou ter faltas de concentração ocasionais, o que me ajudou a lidar com a ansiedade e permitiu adotar uma postura muito mais ativa sobre o que me rodeava.

Depois, para mim, estar o dia todo de pijama estava fora de questão. Sentia a necessidade de fazer o shift, isto é, colocar-me em ‘modo de trabalho’, e esse botão só seria acionado se eu mantivesse o hábito que já tinha antes de o confinamento começar.

Por último, preparar a refeição no dia anterior e levar a marmita para o local de trabalho era a realidade de muitos, e a minha também. Contudo, ao estar em casa com maior frequência, passei a encarar a hora de almoço como um período em que, para além de, lá está, almoçar, podia cozinhar e sentir-me ativo com uma tarefa que me dá algum gosto e que em nada tinha que ver com o campo profissional. Era ótimo para descontrair e, depois, sentia que voltava ao ‘segundo round’ com outro foco.

 

Ana Rita

Como mantive a minha sanidade?

Chegou o dia. O dia mais temido por mim. Eu, uma pessoa que adora andar de um lado para o outro, que não dispensa nem que seja de 15 minutos de caminhada por dia. Chegou o dia em que a minha caminhada de 15 minutos se tornaria apenas numas voltas até à cozinha, e, vá lá, pelo quintal.

Ir de transportes públicos para o trabalho sempre foi algo que adorei. Colocar os fones, ler um livro, e apreciar um pouco de ar fresco na rua antes de começar mais um dia de trabalho. Perder estes pequenos momentos teve um grande impacto na minha vida.

Mas o que podia eu fazer? Uma coisa era certa: não ia deixar que estes “tempos modernos numa pandemia mundial” me parassem. Comecei a apreciar ainda mais os pequenos passeios ao fim da tarde, os momentos com os amigos de 4 patas (que eu tanto adoro), e a investir mais em exercício físico em casa.

Trabalhar em casa durante as primeiras semanas fazia-me sentir, de certa forma, incompleta. Faltava aquela rotina: vestir-me, maquilhar-me, por vezes até tomar o pequeno-almoço na rua e aproveitar o tempo até chegar ao escritório. Eu tinha de arranjar uma forma de compensar: os pequenos-almoços começaram a ser tomados no quintal (quando o tempo assim o permitia) e as caminhadas de manhã deram lugar aos passeios com os amigos de 4 patas.

Ao fim deste tempo todo? Depois de umas semanas complicadas de adaptação, sinto que sou mais produtiva, mais ativa, mais eficiente e a motivação aumentou, também. O segredo está em manter um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e não deixar o bichinho da preguiça tomar conta do sofá inteiro mal saias do trabalho.

Tópicos: RHmais work-life balance Teletrabalho Talentos

Micael Santos

Escrito por Micael Santos

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