“Espera, o que é que eu ia ver no telemóvel, mesmo? Já nem me lembro… Na verdade, acho que não ia ver nada. Mas porque razão senti esta necessidade de pegar no telemóvel de forma tão inconsciente e automática, sem qualquer motivo para o fazer?”
Este pensamento não será assim tão incomum, especialmente em contexto de trabalho, entre os inúmeros e-mails que chegam à inbox e a infinidade de notificações que acendem a luz do telemóvel num desespero por atenção, como quem sussurra um “olha bem para todas estas novidades que tenho para te ‘contar’. Vais mesmo escolher ignorar-me?”.
E lá vamos nós, eternos curiosos, de braço estendido para alcançar o telemóvel e correr as notificações até ficar tudo ‘limpo’. Quando voltarás a repetir essa ação? Talvez daí a cinco ou dez minutos. Perfeitamente consciente do motivo porque o fazes? Possivelmente não, e é por isso que te queremos ajudar a refletir e a tomar uma atitude muito mais consciente, para que a tua produtividade não seja prejudicada e possas retirar o que de melhor a tecnologia tem para oferecer.
Configura alertas de tempo de uso
Do mesmo modo que, para ter uma relação saudável com outra pessoa, é importante estabelecer determinados limites (as tão aclamadas boundaries), também numa relação com a tecnologia esses limites são imprescindíveis.
Atualmente, é possível contabilizar quanto tempo é gasto em cada aplicação e, no geral, quanto tempo se gasta a usar-se o telemóvel. Mas mais importante do que ter noção do tempo gasto, é recorrer às funcionalidades do dispositivo para limitar o tempo de uso. A título de exemplo, quem for um ávido fã do Instagram pode limitar o tempo de uso a 15 minutos e assim que esse tempo for atingido, irá receber uma notificação de alerta.
É um facto que há sempre a possibilidade de se ignorar a notificação de alerta, mas esta funciona como uma “barreira” adicional e dá tempo para uma pequena reflexão para percebermos se queremos realmente continuar a fazer scroll.
O que irias decidir: continuar ou parar?
Pensa antes de pegares no telemóvel
Isso mesmo. Pensa antes de pegares no telemóvel. Reflete se o fazes porque tens um motivo verdadeiramente válido para o fazer e, assim, quebrares o teu foco, ou se, por outro lado, é apenas a força do hábito a ditar uma ação por impulso.
Reflete exatamente sobre qual o motivo para pegares constantemente no telemóvel: é por uma questão de pausa? É meramente um escape para evitar olhares nos olhos e conversar com algum colega de trabalho com quem não te sintas tão à vontade?
Seja qual for a razão, faz uma introspeção e pergunta a ti mesmo se vale a pena interromper a tarefa que estás a fazer por meros segundos ou minutos de “distrações” que não irão trazer valor algum ao trabalho que estás a desenvolver.
Coloca o telemóvel fora do alcance
“Olhos que não veem, coração que não sente”. Ou devemos antes dizer “Telemóvel sossegado, desempenho redobrado”?
Se limitar o uso do telemóvel através das suas próprias definições ou os segundos de reflexão não forem suficientes para te impedir de pegar no telemóvel, bem, deixa-o fora do teu alcance e nem te irás lembrar que este está “ali”.
Poderás definir alguns contactos como sendo telefonemas/mensagens urgentes para que, caso seja necessário, estejas disponível para alguma urgência ou situação de última hora. Tudo o resto que possa representar um ‘doce’ para o teu aborrecimento será completamente ignorado. Desde modo, a tua concentração muito dificilmente será abalada e, consequentemente, serás muito mais produtivo.
Desativa as notificações
Atualmente, qualquer aplicação já faz questão de perguntar se queremos receber notificações para que não percamos absolutamente nada. No entanto, todos nós temos a opção de parar uns segundos e pensar “não, não vai acontecer”.
De uma forma simples, é possível silenciar as notificações de todas as aplicações que não sejam essenciais para a realização do trabalho diário, ou seja, aplicações que não incluam a receção e o envio de e-mails ou outras.
Uma outra abordagem pode passar por, na tela principal, colocares apenas as aplicações que sejam indispensáveis à tua atividade profissional e mover as restantes para uma terceira tela, por exemplo. Assim, ceder à tentação não será tão fácil e conseguirás manter o nível de concentração.
Num caso mais extremo, poderás sempre eliminar algumas aplicações que não te trazem qualquer benefício, nem pessoal, nem profissional.
És dono do teu tempo. Usa-o da melhor forma e tenta evitar distrações que poderão condicionar, não só a tua produtividade, mas também o teu bem-estar.
