A transformação digital e os colaboradores nas empresas

7.9.2017 / por Paulo Loja

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Há diferentes graus de capacidade entre as várias gerações para suportar a transformação digital em curso nas empresas portuguesas. As gerações mais novas - Y, millennials e Z - têm grandes capacidades adaptativas na área técnica, pelo que rapidamente se sincronizam com as necessidades decorrentes da transformação digital.

No entanto, esta capacidade adaptativa não é tão comum nas gerações anteriores, por razões de desconhecimento ou desconforto com as novas tecnologias, por bloqueio mental associado à mudança de processos, ou pela necessidade de assumir riscos trabalhando com mais autonomia.

Para se prepararem, as empresas deverão começar a filtrar e a desenhar formações à medida para os colaboradores que não tenham essa agilidade e capacidade de adaptação às múltiplas novas funções que estão e irão surgir com a progressiva automatização, a qual está a entrar nas mais diversas funções, principalmente nos trabalhos mais repetitivos.

A ideia generalizada que esta automatização se irá apenas concentrar nos setores primários e industriais é diariamente comprovada como errónea, pois já é uma realidade até em funções mais exigentes em áreas como medicina (diagnósticos e operações), advocacia (produção e interpretação da legislação), arquitetura (desenho de espaços), desenvolvimento de código com base em "machine learning"), entre outras.

Subsistirão sempre nas empresas e organizações as tarefas mais baseadas na cognição, para as quais é fundamental a inteligência emocional das pessoas para conhecer o outro (colega e cliente) e adaptar o seu ‘funcionamento' para que a relação seja frutuosa - quer num âmbito mais personalizado, quer no funcionamento de uma equipa. Estas pessoas usarão as funcionalidades de robotização, inteligência artificial e "machine learning" como suporte às suas "soft skills", aumentando assim a produtividade e a eficácia da sua função e da empresa.

Além das bases de conhecimento e de competências comportamentais referidas acima, estas pessoas deverão ter bases de entendimento do funcionamento das máquinas (computadores, smartphones, tablets, etc.), grande flexibilidade mental e capacidade de aprendizagem contínua. Deverão também ter autonomia que lhes permita trabalhar nas estruturas organizativas do futuro com menos regras e hierarquias, sem local de trabalho fixo e com objetivos temporais, qualitativos e quantitativos, definidos previamente para eles ou para as equipas onde se integrem.

A tecnologia desenvolvida e/ou apoiada por este tipo de perfis irá responder ao aparente paradoxo da progressiva automatização versus a personalização, consoante as necessidades e gostos dos clientes.

 

                                                                                              Artigo publicado in Bons Negócios a 1 de setembro de 2017

Tópicos: Gestão de RH RHmais

Paulo Loja

Escrito por Paulo Loja

Diretor Comercial e de Marketing Estratégico da RHmais

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